Você já viu o filme e conhece a história, um pugilista sem futuro tem a grande chance de sua vida e a aproveita como só um grande campeão é capaz de fazer. Rocky encarnou esta história com pequenas variações 6 vezes, com muito sucesso.
Mas este é o personagem com o qual a arte imita a vida de James J. Bradock, o homem cinderela, que em 1935 encarnou a esperança de uma nação combalida pela depressão e pela miséria de que poderia vencer a miséria pelo esforço e perseverança com honestidade e princípios.
O filme
A Luta pela Esperança (
Cinderella Man) de Ron Howard tem no elenco Russell Crowe e Renée Zellweger em atuações contidas mas convincentes na medida certa para contar a história quase mítica deste personagem. A fotografia e a cenografia conseguem recriar o ambiente pobre e sombrio dos anos mais duros da grande depressão americana. Mas é na direção das cenas de luta que o filme realmente alcança seus melhores momentos. É praticamente impossível não torcer durante as batalhas encenadas no ringue com uma beleza cênica que dificilmente se viu desde que Muhammad Ali deixou o boxe.
O Buldogue, como era chamado, era da cepa nobre de onde se extrai a matéria prima dos grandes heróis. Um homem simples, marido fiel e pai amoroso. Honesto e honrado.
O modelo que a nação americana definiu como exemplo do homem livre e civilizado.
Hoje tais homens não são reconhecidos por nossa sociedade.
Eles são encontrados às dúzias em qualquer cidade do mundo, mas os dramas sociais e desafios morais que exijam destes homens o que eles têm de melhor não proporcionam ibope, não são populares.
Ao contrário, a violência que maltrata, a degeneração social que corrompe, o mal que destrói, o ódio que envenena, a inveja que perturba, o egoísmo que corrói, são esses os temas que repercutem e excitam os sentidos.
Um pouco mais de inocência, de esperança, de sonhos. Coragem para vencer desafios e lutar pelo que realmente importa.
E todos viveríamos num mundo melhor.