terça-feira, 21 de agosto de 2012

Eu nasci !



Estava lá, num remoto 22 de maio de 1964, na destacada Coluna do Rádio do Jornal Folha de Londrina a nota em tipos uniformes:
Nasci !

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Teatro dará lugar a estacionamento


O Teatro Barracão deve virar estacionamento?
Faz 15 anos que o teatro não recebe eventos. Alguém se perguntou a razão?
De teatro só sobrou o nome e um barracão.
Culpa de 15 anos de administrações públicas municipais sem nenhuma compreensão do significado da palavra cultura.
Cultura ?
Não, esta palavra não se inclui no dicionário de quem só tem olhos para as planilhas de custos sempre crescentes de um teatro, este sim, TEATRO em letras garrafais que nunca termina.
Cultura é como árvore, demora a crescer e dar frutos.
Não é programa de governo, é programa de Estado.
Mas elles não sabem o que isto significa.
Derrubem o teatro, façam outra academia ao ar-livre. Outro playground também é bom. Tudo isso já existe no entorno do lago, mas um pouco a mais não fará mal.
Então, quando as futuras gerações forem gestadas no ânimo das onipresentes músicas ensurdecedoras que exalam de carros turbinados, estarão com músculos fortalecidos e mentes atrofiadas o suficiente para suportar outra geração educada em bobódromos.
Vote para selar o fim do teatro barracão.
Ele nunca receberá investimentos.
Nenhum grupo conseguirá viabilizar uma apresentação ali.
Não espere que a prefeitura vai facilitar.
Vote pelo fim de todos os teatros.
Façamos um estacionamento do Gilberto Mayer.
Ninguém assiste nada lá também.
Vamos transformar o novo-velho-eterno-inacabado teatro em um shopping.
Só assim ele terá público também.
Cultura de Cascavel,
natimorta, descanse em paz.
 

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Criando Espaço prá Marvada

Estive lá na Cocavel batendo um papo sobre as delícias da Cachaça, nossa legítima aguardente nacional e aproveitei para divulgar nosso site sobre a bendita:  www.marvada.wordpress.com


terça-feira, 23 de agosto de 2011

Dez Coisas que Levei Anos Para Aprender


1. Uma pessoa que é boa com você, mas grosseira com o garçom, não pode ser uma boa pessoa.

2. As pessoas que querem compartilhar as visões religiosas delas com você, quase nunca querem que você compartilhe as suas com elas.

3. Ninguém liga se você não sabe dançar. Levante e dance.

4. A força mais destrutiva do universo é a fofoca.

5. Não confunda nunca sua carreira com sua vida.

6. Jamais, sob quaisquer circunstâncias, tome um remédio para dormir e um laxante na mesma noite.

7. Se você tivesse que identificar, em uma palavra, a razão pela qual a raça humana ainda não atingiu (e nunca atingirá) todo o seu potencial, essa palavra seria "reuniões".

8. Há uma linha muito tênue entre "hobby" e "doença mental".

9. Seus amigos de verdade amam você de qualquer jeito.

10. Nunca tenha medo de tentar algo novo. Lembre-se de que um amador solitário construiu a Arca. Um grande grupo de profissionais construiu o Titanic.

Texto adaptado de: Luís Fernando Veríssimo in http://pensador.uol.com.br/frase/MjA1OTY/

sábado, 20 de agosto de 2011

Deveras, Vera.



Ainda hoje fui ao médico.
Na sala asséptica
tudo é rigor e ética,
com um fato assimétrico.

Na parede um anjo colorido
com ar sereno, me consola.
Ri da dor que me assola,
e esqueço o ombro dolorido.

É dela,
estou salvo,
é Vera!

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

É a vida...


Eu, caminhando pela rua, converso com um amigo.
É triste envelhecer, ver o tempo passar e perceber, aos 45, que passamos da metade de nossa vida.
Em alguns anos, alguns de nossos melhores momentos serão na solidão do chuveiro.
Em mais alguns anos estaremos usando fraldas novamente.
Pelo caminho encontro conhecidos, falamos bobagens que fazem parte de nossas vidas.
Encontro minha musa.
Ela sorri, sem nada dizer eu a sigo e sento com ela na mesa do bar.
Dois chopes, palavras soltas, trocamos olhares, nossas mãos se tocam, sorrimos tolamente.
Ela ajeita o cabelo, disfarça um sorriso e vai.
Pergunto quando nos encontraremos novamente.
Ela sussura que sempre, e vai...
Observando extasiado seu corpo sedutor se dissolver na distância e se perder da multidão.
Me levanto e sigo. Meu amigo me alcança e me acompanha.
Em silêncio contemplo belas coisas pelo caminho.
Uma canção em minha mente.
É a vida, é bonita e é bonita...
Sabe amigo, é a vida!

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

O Rio de Janeiro continua lindo...



É,

Não há como amar o Brasil
e não amar o Rio.

Mas como amar
quem não sabe se amar?

Lixo, violência, descaso, mijo.

Quem viu se encanta,
mas não se espanta!

Para amar o rio,
é preciso que o rio se ame.
E para que não se inflame,
é preciso brio.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

No natal, meu amigo...

Eu queria um natal
vermelho e iluminado
como fosse um carnaval.

Um natal em família,
momento de oração
como fosse homilia.

Natal é alegria
contrição, reunião,
união, família.

Natal seria verde
como relva na manhã
alegre como serve
a quem não espera o amanhã.

Eu queria um natal,
que reunisse a família.
Não de sangue, mas leal
E que fosse só alegria.

Prá você meu amigo,
desejo feliz natal
e no ano novo conte comigo.

[]´s
MarceloM

sexta-feira, 2 de julho de 2010

segunda-feira, 8 de março de 2010

She


She
acrílica sobre tela
90x70cm

Ela queria alegria
Mas se deitava avessa
Ao avesso da euforia.

Ela buscava poesia
Mas se entregava vazia
Ao vazio da melancolia.

O sonho se dilui
Perde a inocência
A alma abandona o que possui
E subverte a consciência.

Onde o amanhã levará
Cada passo poderá dizer
A carne macia se converterá
Em noites vazias de prazer.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

À beira da estrada















Não era tristeza
uma certa apatia
o rádio tocava
uma nota vazia.

À beira da estrada
sem saber de onde vinha
um palhaço brincava
com ingênua ironia.

A mente abatida
juntou seus pedaços
e se encheu de alegria.

O palhaço brincava
minh´alma sorria
a vida seguia.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010


Na rua onde moro tem um terreno baldio

Eu o olhava e minh'alma se alegrava

Ele estava cheio de cores

Um campo florido

O dono veio e cortou as flores

Não fez calçada, não construiu nada

Deixou o terreno vazio.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Máquinas delirantes


Motos são raras em filmes de ficção científica, mas quando aparecem são sempre impressionantes. A concepção destas máquinas flerta com os mais oníricos delírios de designers, artistas, escritores e diretores.
E é bom que seja assim. O futuro da moto ainda é uma incógnita.
Quais os limites que o futuro nos oferece para denominarmos um veículo de motocicleta?
Não falo das máquinas da série MadMax, afinal elas não são direrentes das atuais.


Mas o que dizer das máquinas de luz digital de "Tron - Uma Odisséia Eletrônica", da moto voadora de "A Ilha" e da moto policial do novo "Star Trek"? São todas elas exemplos do futuro da motocicleta?


No último episódio da série Exterminador do Futuro a estrela sobre duas rodas são as motos exterminadoras concebidas para deixar até os humanos sobreviventes de queixo caído.


Muitas vezes o resultado pode até ser audacioso mesmo não sendo funcional. O novo Batman enfrentou o Coringa montado numa moto que só os mais crédulos aceitam que ela seja funcional.

Talvez o melhor exemplo seja mesmo o scooter elétrico do Capitão Kirk no novo filme "Star Trek".


Motos são assim mesmo. Lindas e sedutoras, com motores a combustão, elétricos ou qualquer outro. Tenha ou não rodas, basta que alguém monte sobre elas, como um cavaleiro, e a magia se faz presente.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Gripe Suína


Eu estou fazendo a minha parte!
Não bebo mais vinho,
não compro mais cerveja,
joguei fora o whisky,
coloquei fogo na cachaça.

Agora só bebo absinto!
Absinto é álcool 70%

segunda-feira, 24 de agosto de 2009


"Toda uma vida pode sucumbir
em momentos de transição
ou momentos de revelação.
Há uma escuridão maior
do que a que combatemos.
É a escuridão da alma
que perdeu seu caminho.
Maior que a morte da carne
é a morte da esperança,
a morte dos sonhos.
O futuro está à nossa volta
esperando em momentos de transição
para nascer em momentos de revelação.
Ninguém sabe a forma deste futuro
ou onde ele nos atingirá.
Só sabemos
que ele sempre nasce na dor."


G'Kar, em Babylon5

terça-feira, 21 de julho de 2009

PARALISIA


Me pára
Cara amarrada
boca fechada
honra manchada
mentira velada.

Me paralisa
hipocrisia
falta de poesia
mente doentia
alma vazia.

veja mais paralisias

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Mágico Alceu


O melhor show, justamente por seu caráter surpreendente.
A irreverência e alegria de Alceu Valença com sua performance midiática, aliado a um dos momentos mais criativos de sua carreira, fizeram do show "Mágico" de 1984, e que percorreu o Brasil em1985, um espetáculo inesquecível.
Permeado de canções que já fazem parte da história da MPB, como "Morena Tropicana" e "Anunciação", vinha entrecortado por baladas intimistas como "Solidão" e ricamente animado por canções como "Cambalhortas".
A fonte de inspiração de Alceu está nas riquezas históricas e culturas de sua amada Olinda, homenageada na bela letra de "Moinhos" e na melodia envolvente que nos embala ternamente na calma serena de suas serras e casarios.
Um turbilhão de cores e sons explode na batida do "Maracatu Colonial". Nas canções que enchem os ouvidos, nas performances que embevecem o olhar e na cumplicidade com o público em "Casaca de couro".
Este show redefiniu meus valores musicais e sob muitos aspectos me transformou.
Alceu: O homem, envelheceu. O músico, permanece. Mas o Mágico, esse é eterno!

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Eu também quero cutucar

De longe o melhor programa da televisão brasileira.
A Grande Família completa neste 04 de junho 300 programas no ar. São nove anos de sucesso.
Ninguém certamente esperava que a reedição de um clássico dos anos 70 pudesse durar tanto tempo.
Mas a empatia dos personagem blilhantemente interpretados por atores competentes e apoiados por boas estórias escritas por roteiristas talentosos só poderia seguir este curso.
Evidente que nem todos os episódios são primorosos, mas é média é muito superior a qualquer coisa que se vê nas telas de tv.
O humorístico tem graça sem ser chulo. Também aborda temas espinhosos, delicados, atuais sem descambar para a panfletagem ideológica ou pregação politicamente correta.
Enfim, se presta muito bem a ser um espelho sem falsidades da classe media brasileira. E com muito bom humor.
Os episódios mais hilários são os que tem Agostinho (Pedro Cardoso) como âncora.
Mas justiça seja feita, na galeria dos mais-mais certamente estarão episódios que tem o nome da escritora Adriana Falcão entre os roteiristas (leia entrevista aqui).
"Injustiça seja feita", como diz Paulão da Regulagem, o site oficial do programa (http://agrandefamilia.globo.com/) não faz nenhuma citação aos roteiristas!
Até quando vai durar ninguém sabe dizer, mas a continuar do jeito que está, tomara que venham mais 300!

domingo, 31 de maio de 2009

Uma nova estrela brilha no céu tupiniquim


Reagindo ao desempenho de mercado da Honda Shadow 750 a Yamaha primeiro derrubou os preços da Drag Star 650.
Agora lançou a XVS 950 MIDNIGHT STAR para enfrentar e com potencial para fazer as concorrentes comer poeira.
A estrela da meia noite chega com um estilo de linhas clássicas com componentes modernos no melhor estilo inaugurado pelas HD-Vrod e adotado com competência pela Suzuki Boulevard M800.
O destaque fica por conta da transmissão traseira por correia. Sistema mais econômico que o cardã e mais eficiente que a corrente.
As especificações dão conta de que a moto possui excelente torque e agradável dirigibilidade.
Por enquanto a Yamaha não anunciou oficialmente o fim da Drag Star, mas é provável que o faça em breve.
O novo modelo chegará custando R$ 34.900,00 + frete na cor vermelha e a preta custando R$ 300,00 a menos. Isso é aproximadamente R$ 10.000,00 a mais do que se paga por uma Drag Star 650.
É mais do que se paga por uma Harley Davidson XL 883 e quase o mesmo que se paga por uma HD Dyna Super Glide ou numa Suzuki Boulevard M800.
Mas o foco é mesmo superar a Honda Shadow 750. Se contra esse forte concorrente pesa negativamente o preço quase R$ 4.000,00 mais caro, sobram adjetivos que fazem da Midnight um forte concorrete.
Agora é esperar que chegue às revendas para saciar o desejo de novidades do mercado custom.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Obrigado












Que mais pode desejar
um homem que tem a quem amar.
Pode querer
sem muita pretensão
muitos amigos ter.
E tendo amor
e amigos para conviver
é rico e feliz
como hoje posso dizer
eu sou!

quinta-feira, 21 de maio de 2009

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Homens são como aviões

Até os 20 anos: se equipara ao Avião de Papel
Apenas vôos rápidos, de curto alcance e duração.

Dos 20 aos 30: se equipara ao Caça Militar
Sempre a postos, 7 dias por semana. Ataca qualquer objetivo. Capaz de
executar várias missões, mesmo quando separadas por curtos intervalos
de tempo.

Dos 30 aos 40: Aeronave Comercial de vôos internacionais
Opera em horário regular. Destinos de alto nível. Vôos longos, com
raros sobressaltos. A clientela chega com grande expectativa; ao
final, sai cansada, mas satisfeita.

Dos 40 aos 50: Aeronave Comercial de vôos regionais
Mantém horários regulares. Destinos bastante conhecidos e rotineiros.
Os vôos nem sempre saem no horário previsto, o que demanda mudanças e
adaptações que irritam a clientela.

Dos 50 aos 60: Aeronave de Carga
Preparação intensa e muito trabalho antes da decolagem. Uma vez no ar,
manobra lentamente e proporciona menor conforto durante a viagem. A
clientela é composta majoritariamente por malas e bagulhos diversos.

Dos 60 aos 70: Asa Delta
Exige excelentes condições externas para alçar vôo. Dá um trabalho
enorme para decolar e, depois, evita manobras bruscas para não cair
antes da hora. Após a aterrissagem, desmonta e guarda o equipamento.

Dos 70 aos 80: Planador
Só voa eventualmente e com auxílio. Repertório de manobras
extremamente limitado. Uma vez no chão, precisa de ajuda até para
voltar ao hangar.

Após os 80: Modelo em escala
Só enfeite.

quinta-feira, 12 de março de 2009

Vitória da coerência


Quinta feira, 12 de março de 2009. 21h45

O presidente do Superior Tribunal Eleitoral anuncia que, por unanimidade, os ministros decidem manter o mandato do deputado Clodovil Ernani.
A ação, impetrada pelo seu antigo partido, exigia a devolução do mandato sob a alegação objetiva de que o mandato pertence ao partido.
Porque o TSE não devolveu o mandato ao partido?
Simples, a votação alcançada pelo partido confundia-se com a obtida pelo deputado. Clodovil foi o deputado mais votado de seu partido.
Porque isso é significativo?
Porque um deputado, reputado folclórico, ao manter seu mandato merece atenção?
Alguns diriam que por ser uma personalidade artística ele foi bajulado pelo Tribunal.
Outros defenderão que, por sua velada militância em prol da liberdade sexual, ele foi agraciado com uma sutil decisão politicamente correta.
Haverão os que afirmarão que se trata apenas de marketing institucional do supremo.
Mas, com esforço sincero, todos descobrirão que a decisão é resultado da coerência das ações do deputado com as idéias do candidato.
Todos saberão que ele manteve seu mandato simplesmente porque ele não vendeu seus votos e não leiloou sua atuação na casa do povo.
Quem conhece as idéias da personagem Clodovil já sabia que não podia ser de outro modo.
Ele sempre acusou, denunciou, criticou, enfim, botou o dedo na ferida de todos os males de nossa sociedade.
Só não ouviu quem não quis.
Agora, como deputado, continuou a fazer e falar como sempre fez.
Seu partido, que só queria os votos que ele podia conseguir, como de fato conseguiu, não gostou da sua atuação correta e o boicotou.
Clodovil saiu e seguiu em frente.
Parabéns ao TSE pela decisão em favor da atuação justa, correta e honesta de políticos com a estatura moral de Clodovil.
Se mais Homens de coragem como este houvessem seriam menores as notícias deletérias de nossas hostes políticas.
Seriam menos frequentes as decepções de nosso combalido povo com nossos representantes políticos.
Parabéns Clodovil.
Prossiga, não se cale.
O Brasil precisa. O brasileiro também.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

domingo, 17 de agosto de 2008

Um País sem Heróis


Ouvindo o ufanismo de Galvão Bueno, o telespectador desavisado pode ser levado a acreditar que o Brasil é uma potência injustiçada no esporte e uma fábrica de heróis olímpicos.

Nada mais equivocado.

O olhar solitário e reflexivo de Marily do Santos, 51ª colocada na maratona, diz muito mais de nosso país do que as lágrimas incontidas do medalhista do ouro na natação César Cielo.

É o olhar de um país triste e inseguro. Que diante de tantas dificuldades e desafios, tem dificuldade em acreditar que chegou tão longe e que não sabe ao certo o que esperar do futuro.

O Brasil não investe em esportes. Dizer que o faz é mascarar a realidade.

Prova disso é que os investimentos em ginástica olímpica não se reverteram em medalhas. Os resultados de nossas atletas nesta modalidade estão longe de serem motivo de deboche, mas revelam que mesmo quando há investimento eles são insuficientes ou mal empregados.

O desempenho dos atletas é muito mais resultado da determinação e esforço individual, mesclado com uma dose considerável de sorte e casualidade.

Estes atletas são heróis, mais ou menos anônimos, de um país em que as aulas de educação física são medíocres e não disciplinam seus jovens para a prática do esporte.

Inexistem investimentos em esportes de qualquer modalidade. Basta notar que, no país do futebol, os clubes de cidades pequenas estão à míngua por falta de investimento. Se empresas locais não se interessam por investir em times de futebol de suas próprias cidades, quem acredita que haverá investimentos para esportes sem espaço na mídia diária e cujas provas duram segundos ou no máximo minutos?

Talvez eu esteja enganado e o Brasil seja realmente um celeiro de heróis olímpicos.

Pois conseguir participar de uma competição de nível internacional e ainda se destacar entre tantos atletas de nível profissional, depois de passar quatro anos exercendo funções como cortador de cana, motorista de caminhão, doméstica, gari e tantas outras profissões não qualificadas, e ainda competir em nível olímpico com atletas garimpados e lapidados entre milhares de talentos é realmente uma tarefa hercúlea.

Mas nosso Brasil é o país do futuro! E mesmo depois do déficit de um malfadado Pan-americano. Depois de assumir o peso de organizar uma copa do mundo do futebol (não se engane, é mais fácil e muito mais barato que organizar uma olimpíada). Depois de uma campanha pífia (como representatividade do potencial esportivo nacional e não da coragem dos atletas brasileiros), ainda querem assumir o compromisso de sediar uma Olimpíada.

Então sejamos sensatos e trabalhemos para o futuro. Mas para um futuro possível.

Se começarmos agora a investir de fato no esporte, em doze anos seremos capazes de realizar algo parecido com a façanha que a China realizou com seus atletas. Quem sabe então este país possa conquistar umas 30 medalhas.

Enquanto não tivermos competições estudantis regulares. Enquanto não forjarmos campeões esportivos em abundância. Enquanto não investirmos o suficiente para que nossos atletas possam treinar aqui sem precisar migrar para outros países.

Enquanto isso, e quem sabe quanto mais não for feito, sejamos humildes e reconheçamos, estes homens e mulheres que vestem verde e amarelo são heróis!

Mas são heróis apesar do Brasil.

quarta-feira, 30 de julho de 2008


Acabou a novela.
Bandido preso ou morto.
Bandida enlouquecida.
Mocinho fica famoso.
Mocinha com mocinho se casa.
Pobre fica rico.
Rico fica sem nada.
Todo mundo feliz para sempre,
até segunda-feira.

Franquias, crescei e multiplicai-vos...

Em 1977 Star Wars se converteu num massivo sucesso de mídia e George Lucas foi saudado como o precursor de uma nova era para a indústria do entretenimento.

De fato, o talento criativo e a capacidade empreendedora de Lucas foram determinantes para definir o formato que doravante seria adotado para administrar as franquias de cinema e televisão.

Mas a idéia central de desenvolver um segmento completo de produtos culturais e mercadológicos em torno de uma idéia central bem sucedida teve início pelo menos uma década antes que Luke Skywalker e Darth Vader cruzassem seus sabres de luz.

Nos anos sessenta, “007” já apresentava muitas características que hoje evidenciam uma franquia bem sucedida, embora não tivesse, ainda, repercutido em outras mídias e produtos.

Tudo começou a mudar em 1968 com a super-produção “O Planeta do Macacos” que se tornou um grande sucesso de bilheteria e uma febre mundial.

Na esteira de seu sucesso, a 20th Century-Fox escalou o mesmo elenco de consagradas estrelas e aproveitou os caros e elaborados figurinos e cenários para encenar uma continuação do épico apocalíptico.

Os macacos se tornaram uma febre mundial e acabaram gerando três outros filmes de qualidade decrescente, uma curta série televisiva, séries de animação e quadrinhos, um vasto conjunto de produtos de consumo como jogos, brinquedos, cards, figurinhas e até outros programas inspirados pelo mesmo tema, como o humorístico brasileiro “O Planeta dos Homens” e o filme “Os Trapalhões no Planeta dos Macacos”.

Ou seja, em 1977, a experiência de produzir franquias já existia, mas faltava aprimorar a fórmula e explorá-la à exaustão. Foi o que George Lucas fez com maestria e talento sem precedentes.

“Star Wars” foi seguido por outros dois filmes de qualidade, sucesso e arrecadação retumbantes.

O sucesso da experiência foi rapidamente seguido pela indústria de cinema que passou a produzir seqüências de inúmeros filmes de sucesso, e de outros nem tanto.

Foi assim que franquias como “Aliens”, “Tubarão”, “Rocky”, “Rambo”, “O Poderoso Chefão”, “Jornada nas Estrelas”, “Indiana Jones”, “Superman”, “Batman”, “De Volta para o Futuro” e outras tantas foram construídas e desenvolvidas.

Nos Estados Unidos, as continuações foram batizadas de “SEQUEL” e passaram também a denominar as produções do cinema que migravam para a TV, como “Battlestar Galáctica” e “Stargate”.

Mais recentemente, as produções de grande potencial mercadológico já começaram a ser concebidas para produzir “Sequel’s”, como as franquias derivadas dos quadrinhos (“X-Men” e “Homem-Aranha”), da literatura (“Senhor dos Anéis” e “Harry Potter”) ou mesmo criações inéditas (“Piratas do Caribe”).

Quando sua franquia começou a apresentar evidentes sinais de esgotamento, George Lucas mais uma vez produziu nova revolução ao focar o desenvolvimento de novos produtos numa linha temporal anterior aos acontecimentos dos eventos originais.

O criador de “Star Wars” já experimentara este retorno ao passado quando produziu para a tela pequena uma série que mostrava a formação do jovem que se tornaria o grande arqueólogo “Indiana Jones”.

Essa tendência de criar histórias anteriores multiplicou-se no cinema e na TV e ganhou o nome de “PREQUEL”.

Pouco se falou, entretanto, que a convergência de “Sequel” para “Prequel” foi também primeiro explorada em “De volta ao Planeta dos Macacos”, terceiro filme do épico simiesco. Isso mesmo, novamente os macacos foram os primeiros a gerar um filme seqüência que abordava eventos numa linha temporal anterior à da obra original.

Esta combinação de fórmulas para o desenvolvimento de franquias continua sendo amplamente utilizada e não deve ser abandonada tão cedo.

“Hannibal – A Origem do Mal” recentemente foi explicar a construção da mente doentia de “Hannibal Lecter” de “O silêncio dos inocentes”.

“Jornada nas Estrelas” que já se notabilizara por vulgarizar viagens temporais, construiu toda uma série de televisão (“Enterprise”) para explicar (ou complicar?!) a construção de seu universo ficcional.

Recentemente, começou a surgir uma nova e curiosa tendência, que por falta de termo melhor tenho denominado de “Reload”.

Trata-se da retomada da idéia original de um universo ficcional, recondicionado para uma nova geração de expectadores e consumidores.

Tome-se recentes sucessos de cinema como “Batman Begins”, “Batman – O Cavaleiro das Trevas”, “007 – Cassino Royale” e sua continuação (“Quantum of Solace”). São produções que não se detém ao pretérito dos eventos originais, chegando a recontruir o universo ficcional , alterar de eventos biográficos e abordar um novo viés psicológico dos personagens.

Alguns poderiam dizer que são apenas refilmagens, mas elas dão um passo além.

As refilmagens ou “Remakes”, se caracterizam por um roteiro reinterpretado por novos atores, com novas técnicas de fotografia, direção, etc.

No “Reload” os princípios essenciais são preservados, mas todo o resto está sujeito a transformações que aproximam o enredo do público atual.

A experiência mais bem sucedida até o momento foi a série “Battlestar Galáctica”, que na nova produção para a TV manteve tão somente a idéia central, mudando praticamente tudo, até o sexo de seus personagens.

Antes de prosseguir, é importante registrar que “O Planeta dos Macacos – a série” também já havia empregado esta fórmula ao recriar para a TV o universo dos símios com mudanças que permitissem a extensa exploração do tema com mais liberdade e menores custos de produção.

Recentemente foi anunciado um “Reload” da série “Jornada nas Estrelas”, mais precisamente do relacionamento entre “Kirk” e “Spock” que protagonizam a série clássica numa tentativa de recuperar o prestígio e o sucesso que a franquia já teve no passado e que tem sido abalado pelo desgaste da fórmula e pelo envelhecimento de seu público.

A idéia em si parece boa, apesar de nostálgicos relutarem em aceitar novos rostos para encarnar personagens caros às nossas memórias. Mesmo assim, é possível acreditar em bons resultados de empreendimentos do gênero.

Afinal, salta aos olhos a capacidade aparentemente inesgotável que a indústria do entretenimento tem, de recuperar e reciclar velhas fórmulas de sucesso para prosseguir explorando os temas de suas franquias.

Quando esta prática nos brinca com produtos de qualidade, todos saem ganhando.

No Brasil praticamente inexistentem experiências como estas.

A mais bem sucedida é sem dúvida “A Grande Família”, série televisiva dos anos setenta que sofreu um “remake” em 2001 mas que passou por transformações que poderiam caracteriza-la como um “reload”. O conceito de franquia começou a colar neste produto quando foi lançado em 2007 o filme com o mesmo tema.

Com muito esforço seria possível incluir o comercial-longa-metragem-televisivo “Carga Pesada”, mas seria pegar pesado demais.

No caminho inverso, migrando da tela grande para a pequena, o filme “Cidade de Deus” resultou na produção de duas temporadas da série “Cidade dos Homens”, embora neste caso o conceito mais adequado seja o de “spin-off”, termo que a crítica americana utiliza para designar séries ou produtos derivados do mesmo universo ficcional, mas não exatamente com os mesmos argumentos dramáticos.

Existem ainda alguns outros poucos exemplos (“Garota Dourada”, “Irma Vap – O Retorno” que migrou do teatro para o cinema), mas que não chegam a caracterizar franquias, sendo apenas obras com inspiração em outras.

SEquel, PREquel ou Reload, não importa. O que importa é aproveitar as lições do passado, investir em novos talentos e produzir boas idéias.

A fórmula tem funcionado. Cinemas lotados e produtos diversos garantem os lucros das grandes produtoras. Tudo isso como resultado do que os “macacos” começaram anos atrás. É como dizia o refrão de abertura do programa “Planeta dos Homens”: - “O macaco tá certo!”