terça-feira, 17 de junho de 2008

IGUALDADE


Eu não sou racista!
Mas quando criam mecanismos para me desqualificar pela cor de minha pele ou do meu cabelo,
estão pedindo para que eu seja racista.

Eu não sou injusto!
Mas quando querem que o mais qualificado seja prejudicado para que os crimes do passado sejam esquecidos,
estão querendo que eu seja injusto!

Eu não sou aproveitador!
Mas quando criam regras que restringem as oportunidades de trabalho ou estudo que eu possa ter,
estão pedindo para que eu seja um aproveitador.

Eu não sou xenófobo!
Mas quando limitam minha liberdade simplesmente porque venho deste ou daquele lugar,
estão pedindo para que eu seja xenófobo.

Eu não discrimino!
Mas quando sou discriminado por seguir qualquer orientação político-doutrinária, estão pedindo para que discrimine.

Eu não sou fundamentalista!
Mas quando me agridem porque ouso questionar idéias dominantes baseadas apenas na tradição,
estão pedindo que eu seja fundamentalista.

Eu não sou discriminador!
Mas quando me agridem porque tenho qualquer pensamento ou conduta diferente,
estão pedindo que eu discrimine.

Eu não sou violento!
Mas quando invadem lugares que considero sagrados e destroem objetos que me são valiosos apenas porque são diferentes,
estão pedindo que eu seja violento.

Eu não tenho preconceito!
Mas quando tentam me inferiorizar ou excluir por qualquer motivo que me faz exclusivo,
estão pedindo que eu tenha preconceito.

Eu não sou mesquinho!
Mas quando querem menosprezar o investimento que faço por uma educação de qualidade diferenciada,
estão pedindo para que eu seja mesquinho.

Eu sou Brasileiro!
Tenho no sangue a mineirice mestiça combinada à latinidade européia.
Encaro o amanhã com esperança e otimismo
e caminho para ele com minhas próprias pernas.

Não sou melhor que ninguém,
mas não aceito rótulos,
nem que me digam o que posso ou não conquistar.

Recuso chancelas para as minhas lutas,
pois não aceitarei que questionem a validade de minhas vitórias.

Mas exijo igualdade!
Quero condições iguais para todos,
direitos e oportunidades verdadeiras.

Então não menosprezem o que luto para conquistar,
não me roubem nem relevem o que empenho aos meus filhos.
Pois fazê-lo é me negar o respeito que presto a todos.
É ferir minha honra e me chamar para lutar.

E quando as dores da jornada me fazem fraquejar,
não peço que me carreguem,
apenas que me ajudem a levantar.

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