quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

2008 nota 10

Agora que o ano acabou de vez, vamos deixar o que de ruim ficou para
trás e trabalhar para que todos os novos dias sejam plenos de paz,
saúde que naturalmente a fortuna e a felicidade se farão presentes.

2008 : 2 + 0 + 0 + 8 = 10
Que o novo ano seja nota 10 para você também!

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

HO HO HO !!!


Neste momento festivo quero compartilhar um pouco da alegria que nos contagia e nos faz acreditar que o mundo pode ser melhor, apesar de nossas diferenças, nossas limitações e de todas as dificuldades se impõem em nossa jornada terrena.

Um Feliz Natal a você e a todos os que lhe são caros.

Marcelo Marcio de Oliveira e Família.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Conto CARLOTA Recebe Menção Honrosa


No dia de ontem compareci ao MAC - Museu de Arte de Cascavel para receber Menção Honrosa do 7º Concurso Literário Celso Formighieri Sperança pelo conto CARLOTA.
Na foto estou ladeado por ilustres jurados, Sra. Maria Lúcia Klenhans Pereira, Poeta, professora e membro da Academia Cascavelense de Letras e pelo Sr. Antonio de Jesus, Presidente da Academia Cascavelense de Letras.

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

O mundo real da Ficção Científica

No ano de 1938, um jovem locutor de rádio estarreceu a opinião pública americana ao levar ao ar um programa inédito. O gênio Orson Welles (que se tornaria um dos mais prestigiados diretores de cinema de todos os tempos) apresentou uma adaptação do clássico de Ficção Científica Guerra dos Mundos (War of the Worlds - 1898) de H. G. Wells.

Surpreendidas pela novela que narrava a invasão da Terra por marcianos, apresentada em tom jornalístico de grande densidade dramática, centenas de pessoas fugiram de suas casas buscando refúgio enquanto outras se armavam para defender seus lares e suas famílias. Até mesmo alguns centros militares mantiveram-se em estado de alerta até que toda a confusão se esclarecesse.

O episódio serviu para comprovar algo que os estudiosos da ficção científica não se cansam de demonstrar e que o público, dito culto, recusa em aceitar. A ficção científica não é um fenômeno marginal dedicado a preencher os sonhos juvenis de fantasias absurdas e inverossímeis.

Não! A FC é um segmento artístico da ficção em geral, manifestada em todas as artes e culturas humanas.

Quando em 1938, as pessoas saíram correndo de suas casas elas não fugiam porque eram "fissuradas" em estórias de FC, fugiram porque tinham medo. O mesmo medo que fez os judeus fugirem da Alemanha Nazista, os russos fugirem da revolução Bolchevique, e mais recentemente os Hutus do governo Tutsi no Zaire.

A FC não é literatura de fantástico. Situa-se no limiar entre ciência e mistério como ambiente para descrever aquilo que de outra forma não seria percebido facilmente e assim especular livremente sobre as possibilidades futuras.

Ela mudou ao longo do tempo, assim como mudaram os ideais e princípios que regem as relações humanas. Quando surgiu como ramo literário em meados do século XIX o homem começava a desvendar os insondáveis mistérios que séculos de existência haviam relegado ao plano divino (Frankenstein, O Médico e o Mostro).

Progressivamente a ciência tornou-se capaz de provar a estrutura da matéria, a evolução da vida e das espécies, as entranhas das formas vivas, os mistérios da mente, e tantos outros que haviam povoado a imaginação humana (A Ilha do Dr. Moreau, Guerra dos Mundos, A Máquina do Tempo, 20000 Léguas Submarinas, Da Terra à Lua).

Neste ambiente, os escritores tinham um enfoque que favorecia a abordagem da ciência e de seus frutos tecnológicos e estes se tornaram seus temas principais (daí a origem do termo Ficção Científica).

Nos anos cinqüenta, com o transcorrer da guerra fria, as atenções se voltavam para a possibilidade de um ataque iminente das forças inimigas bem como da possível extinção da vida sobre a terra derivada de um confronto nuclear. A FC adaptou-se a este clima e criou inúmeras estórias sobre invasões alienígenas e confrontos entre o bem e o mal (O dia em que a Terra Parou, Dr. Fantástico, O Berço dos Super-Humanos).

Por tantas vezes a vida sobre a terra foi atingida e a civilização aniquilada, que chegamos perto de acreditar que este destino era inevitável ("A Praga Escarlate" - Jack London, "Eu Sou a Lenda" - Richard Matheson). Mas foi Marcelo Rubens Paiva em "Blecaute" (1986), quem melhor sintetizou o desconcertante vazio e solidão que assola a alma humana diante de sua extinção. Sentimentos como os evocados por esta obra são suficiente para nos levar a reagir contra os eventos que tramam pela nossa destruição.

Mais recentemente, o homem passou a ter uma abordagem mais ecológica e altruísta, novamente a FC passou a retratar tais sentimentos através de simpáticos alienígenas dedicados a colaborar com os homens na busca de um plano superior de existência (ET - O Extraterrestre, Contatos Imediatos do Terceiro Grau, Jornada nas Estrelas, 2001 - Odisséia Espacial).

Nota-se entretanto que por trás da ciência abordada nas obras desde o princípio o objetivo não era descrever a ciência pura e simplesmente. O enfoque central era sempre o Homem frente às possibilidades científicas, uma luta constante entre o bem e o mal em que a ciência e a tecnologia eram os instrumentos capazes de promover tanto um quanto o outro.

E este é exatamente o tema em "Humanos", de André Carlos Salzano Masini. O rigor científico, apesar de acessível, conferem veracidade à jornada física de um homem aos extremos de sua existência enquanto servem de pano de fundo para uma intensa jornada filosófica aos limites da percepção humana.

Um excelente exemplo de como a FC mudou é ler a série completa de Arthur C. Clarke iniciada com Encontro com Rama. Neste primeiro livro a narrativa transcorre apresentando os mistérios e maravilhas tecnológicas a bordo de uma gigantesca nave alienígena que penetrou nosso sistema solar. Ela veio e partiu deixando mais perguntas que respostas e conquistou os maiores prêmios literários para seu autor.

Como a obra apresentasse premissas que permitiam o desenvolvimento de um amplo leque de perspectivas científicas e humanitárias, Clarke decidiu escrever outros três livros para elucidar o mistério de Rama e seus ocupantes. O segundo livro, escrito aproximadamente vinte anos após o primeiro, mostra que se o mundo mudou, seu autor também. Ainda estão lá as minuciosas descrições científicas que apaixonam os leitores de Clarke. Mas também está presente uma dura e contundente análise política e sociológica de nossos tempos na qual o autor tenta mostrar que o homem estará sempre a repetir os mesmos erros do passado. Mas otimista como é, ele deixa aberta a possibilidade de vencermos nossos defeitos e construirmos um mundo melhor.

Note-se, um dos mais consagrados autores de todos os tempos deixa claro em suas obras que FC não é diferente de outros gêneros, apenas usa ambientes futurísticos para avaliar possibilidades mais amplas que se tornariam impossíveis devido à complexidade dos fatos.

Em A mão esquerda da escuridão de Ursula K. Le Guin temos uma excelente exemplo. Neste livro, relançado recentemente pela Editora Aleph, a autora desejou falar da importância do amor e da amizade e da tênue diferença que ocasionalmente existe entre elas. Para alcançar seu objetivo ela descreve a chegada do primeiro ser humano a um planeta habitado por uma espécie andrógina e o relacionamento entre este e seu anfitrião. Os membros desta espécie seriam assexuados a maior parte do tempo, mas durante a época de reprodução teriam a capacidade de assumir tanto o sexo masculino como o feminino dependendo apenas da tendência de transmutação do parceiro. Ao descrever a situação em que, o que parecia um homem, transforma-se progressivamente numa mulher e assim desperta a afeição do personagem principal, Le Guin mostra com beleza o valor da amizade. Uma tocante mensagem nestes dias de profunda transformação das relações sociais.

Seria possível escrever uma obra assim sem o mundo fantástico propiciado pela FC?

Um dos episódios da série de TV Babylon 5 tinha um enredo que poderia ser sintetizado assim: Um casal alienígena chega à estação espacial Babylon 5 em busca de auxílio médico para seu filho que corre um sério risco de vida. O médico sugere uma cirurgia como o meio mais rápido e efetivo de resolver o problema, mas os pais da criança se recusam a aceitar o tratamento sob pena do menino perder sua “alma”. Ocorre que a crença religiosa deles diz que o corpo abriga a “alma” assim sendo, se o mesmo fosse aberto, esta partiria para sempre.

Diante da negativa dos pais, o médico rende-se a sua promessa de salvar vidas e opera o menino. Quando os pais encontram a criança saudável e feliz, definitivamente fora de perigo, rejeitam-na como se ela estivesse possuída por um demônio. Eles levam o menino para submetê-lo a um ritual de purificação que o médico descobre depois nada mais é do que o sacrifício do corpo para que este encontre a alma que já partiu.

Pois bem, este enredo ficcional não é uma estória inédita, tampouco foi originalmente concebida como ficção. Ela, com variações, ocorre todos os dias em diversos hospitais ao redor do mundo. Pessoas morrem sem assistência sob a tutela de princípios religiosos. Não foram poucos os casos na história recente de nosso país em que crianças perderam a vida porque os pais recusaram-se a permitir que elas recebessem uma transfusão de sangue.

Ora, mas porque tratar de um assunto como este em uma obra de FC. Porque não fazer um daqueles dramas televisivos que costumamos ver na programação dos sábados à noite?

Porque se assim fosse você não assistiria. Diria apenas, “ora a criança vai morrer no final”, ou então “como sempre tudo vai acabar bem”. Com FC as pessoas olham para o conteúdo e não dão valor às aparências. Elas se concentram no cerne das questões.

Sobre outro tema de grande repercussão nos dias atuais, o aquecimento global, o paulista Ignácio de Loyola Brandão fez em 1982 uma descrição ácida, abafada e caótica de uma São Paulo futurística. Nesta distopia, todas as esperanças de solução dos problemas ambientais resultam infrutíferas e o resultado destas agressões atingem dimensões catastróficas. A leitura, sufocante, de "Não Verás País Nenhum" deveria ser obrigatória não apenas nas escolas, mas também nos fóruns ecológicos e gabinetes de lideres mundiais.

Então, temos que a ficção científica apenas recorre aos mesmos temas e princípios que todas as obras de ficção em geral. Apenas situa-se em ambientes futurísticos com personagens inimagináveis de modo a destacar, tornando mais clara, a mensagem que quer transmitir. Ela continua a tratar dos mesmos medos e anseios do homem. Apenas isola estes temas em uma câmara de espaço-tempo para que eles possam ser analisados sem preconceitos e tabus.

Assim, pobres e limitados espectadores que somos, sentimo-nos livres de nossos preconceitos e amarras morais e sociais para fazer um mea-culpa e quem sabe tomar atitudes que nos permitam construir um mundo melhor.

quinta-feira, 10 de maio de 2007


Aquele que caminha sozinho
Não está tão sozinho
Como aquele que sozinho
Faz seu próprio caminho.


quarta-feira, 9 de maio de 2007

Homem Cinderela

Você já viu o filme e conhece a história, um pugilista sem futuro tem a grande chance de sua vida e a aproveita como só um grande campeão é capaz de fazer. Rocky encarnou esta história com pequenas variações 6 vezes, com muito sucesso.

Mas este é o personagem com o qual a arte imita a vida de James J. Bradock, o homem cinderela, que em 1935 encarnou a esperança de uma nação combalida pela depressão e pela miséria de que poderia vencer a miséria pelo esforço e perseverança com honestidade e princípios.

O filme A Luta pela Esperança (Cinderella Man) de Ron Howard tem no elenco Russell Crowe e Renée Zellweger em atuações contidas mas convincentes na medida certa para contar a história quase mítica deste personagem. A fotografia e a cenografia conseguem recriar o ambiente pobre e sombrio dos anos mais duros da grande depressão americana. Mas é na direção das cenas de luta que o filme realmente alcança seus melhores momentos. É praticamente impossível não torcer durante as batalhas encenadas no ringue com uma beleza cênica que dificilmente se viu desde que Muhammad Ali deixou o boxe.

O Buldogue, como era chamado, era da cepa nobre de onde se extrai a matéria prima dos grandes heróis. Um homem simples, marido fiel e pai amoroso. Honesto e honrado.
O modelo que a nação americana definiu como exemplo do homem livre e civilizado.

Hoje tais homens não são reconhecidos por nossa sociedade.
Eles são encontrados às dúzias em qualquer cidade do mundo, mas os dramas sociais e desafios morais que exijam destes homens o que eles têm de melhor não proporcionam ibope, não são populares.

Ao contrário, a violência que maltrata, a degeneração social que corrompe, o mal que destrói, o ódio que envenena, a inveja que perturba, o egoísmo que corrói, são esses os temas que repercutem e excitam os sentidos.

Um pouco mais de inocência, de esperança, de sonhos. Coragem para vencer desafios e lutar pelo que realmente importa.

E todos viveríamos num mundo melhor.

terça-feira, 8 de maio de 2007

Quem precisa de uma empresa assim?


Bill Gates não desiste, quer ser o supremo imperador do mundo da tecnologia. Tentar absorver a Yahoo é mais uma tentativa de fazer frente aos concorrentes.

Quando a NetScape dominava a internet a Microsoft usou de todos os meios para que o Explorer subjugasse o concorrente.

Enfrentou processos de dumping na Europa por se negar a desenvolver uma ferramenta de desinstalação do seu browser alegando que o mesmo era essencial para o funcionamento do windows.

Perdeu essa batalha, mas conseguiu que o Explorer aparecesse em quase 90% do computadores conectados à internet.

Hoje sua liderança vem sendo progressivamente minada por concorrentes como o Firefox e outros menores.

No segmento de sites ela sempre levou um banho da concorrência. O seu MSN nunca foi líder, primeiro perdendo feio para a Yahoo! e agora para o Google.

O ditado diz "se você não pode vencer o inimigo, alie-se a ele" mas a cartilha capitalista agressiva da Microsoft adaptou-o para "se não pode vencê-lo, compre-o".

Para continuar sendo a maior vale tudo, ou quase tudo. Várias iniciativas interessantes que nasceram nos laboratórios ou quartos de adolescentes tiveram destino ingrato. Foram absorvidas e eventualmente sufocadas pelo interesse monopolista da Microsoft. Poucas tiveram fôlego para ganhar corpo e conquistar mercado por suas qualidades técnicas.

O hotmail foi um dos primeiros grandes provedores e e-mail gratuito da internet. Era bom até que a Microsoft comprou-o.

Nos resta continuar torcendo para que exista quem faça valer o outro célebre ditado, "quem não é o maior, tem que ser o melhor", senão daqui a pouco vamos ficar sem opções.

O Google tem conseguido manter essa chama acesa, mesmo sendo o maior em alguns segmentos. E esse é o único modelo de grande corporação que o mercado parece disposto a aceitar.

segunda-feira, 23 de abril de 2007

sexta-feira, 20 de abril de 2007

Insuportável Novo Mundo

O filme “O Novo Mundo” pretendia propor uma reflexão sobre a relação entre conquistador e conquistado, opressor e oprimido.

Pretendia.

Ao propor esta reflexão através da desmistificação holywoodiana do personagem Pocahontas, exaustivamente explorado pela corporação Disney, o filme mais atrapalha do que ajuda o resgate moral da personagem histórica e a reflexão dos eventos que ela protagonizou.

Ao tentar ser poético o filme ficou confuso. Ao tentar ser romântico descambou para o melodrama. E a beleza deu lugar ao vazio estéril.

A fotografia é grandiloquente mas despretensiosa. Parece que estamos assistindo a um comercial de resort turístico.

A montagem é péssima. Dá-nos a impressão de que o roteirista e o diretor estavam fazendo filmes diferentes.

O elenco, apesar de contar com atores renomados em momento nenhum faz juz à fama que seus nomes emprestam ao título.

Quem se salva com uma atuação pequena mas irretocável é a sempre marcante presença de Christopher Plummer que consegue dar um ar de grandeza histórica ao roteiro.

Colin Farrell parece um cachorrinho perdido do começo ao fim. Apenas confirma que não consegue sustentar um filme baseado apenas em seu carisma e atuação.

Christian Bale que só aparece no quarto final pelo menos não compromete seu currículo.

Enfim dá sono do começo ao fim.

Um filme chato que não vale o sal que você gasta na pipoca.

quarta-feira, 18 de abril de 2007

Até onde eles vão chegar?








Não passa dia sem que se anuncie alguma nova investida comercial do Google.

Algumas vezes adquirindo uma nova empresa, como a recente compra da DoubleClick por US$ 3,1 bilhões.

Noutras lançando novos produtos ou serviços, como é o caso do Google Checkout para pagamento de compras online e que concorrerá diretamente com o sistema PayPal do eBay.

Em qualquer dos casos, o que fica evidente é a sanha investidora do Google que rapidamente vem espalhado seus tentáculos em vários segmentos do mercado on-line.

Recentemente foi anunciado que o Google é, disparado, o maior e mais acessado site de buscas de todos os tempos.

Junte-se a isso os demais serviços de sucesso e qualidades comprovadas como Orkut, blogger, Picasa, Gmail, YouTube, etc., e tem-se o mais bem-sucedido conglomerado de mídia dos últimos tempos.

O Google caminha a passos largos para ser a primeira grande companhia digital do século XXI.

É o Grande-Irmão da internet.

Se as empresas fossem como pessoas e pudéssemos analisar o dna desta companhia, poderíamos dizer que ela é filha da Microsoft e da Apple. Tem corpo da primeira e a alma da segunda.

É uma questão de tempo para o Google alcançar o mesmo sucesso comercial e financeiro de companhia de Bill Gates.

Mas conseguirá manter o legado inovador e simpatia dos consumidores que sempre foram uma marca registrada da empresa encabeçada por Steve Jobs?

Talvez seja porque estas empresas "tem" a cara de seus donos. Gates é antipático e Jobs não.

Qual a cara do Google então?

Parece que eles querem que ela tenha a nossa cara!

segunda-feira, 16 de abril de 2007

O Massa é Massa!

Depois de uma exuberante vitória no Bahreim, Felipe Massa se qualifica para receber as atenções da Ferrari numa acelerada rumo ao título da temporada 2007 de F1.

É cedo para dizer que pilotos ou equipes são verdadeiramente favoritos ao título, mas antes mesmo do início da temporada esta discussão está restrita a não mais que quatro pilotos e três equipes.

Seria preciso uma tragédia, como a morte prematura de Airton Senna em 1994, para mudar o script que colocará a Ferrari, McLaren ou Renault e um de seus pilotos no lugar mais alto do podium.

O que Massa conseguiu nessas três primeiras provas do campeonato foi mostrar o arrojo, determinação, segurança, serenidade, resignação e competência técnica para vencer.

No GP da Austrália quebrou, largou em último e numa prova de recuperação chegou em sexto. - Determinação e serenidade.

Na prova da Malásia errou na largada e mais ainda nas tentativas de ultrapassagem. Assumiu o erro e seguiu até o final da prova terminando em quinto. - Arrojo e resignação.

Finalmente no belo circuito do Bahrein fez barba, cabelo e bigode. Dominou os treinos, conquistou a pole, cravou a melhor volta e fechou a prova de ponta a ponta em primeiro. - Segurança e competência técnica.

A exigente imprensa italiana levou Felipe Massa do inferno ao paraíso em uma semana.

E ele sobreviveu ao desafio.

Se realmente confirmará o script que está sendo escrito e se tornará o próximo campeão brasileiro só saberemos no fim da temporada, mas em 14 anos ninguém mostrou tanta competência.

É esperar o embate contra os também excelentes Lewis Hamilton, Kimi Raikkonen e o bicampeão Fernando Alonso.

Essa temporada já entrou para a história do esporte.

terça-feira, 10 de abril de 2007


Lá do alto
de onde a luz espia
iluminando o dia
vem a lembrança
que conforta a alma
e alimenta a esperança
serena a mente, acalma.

sexta-feira, 9 de março de 2007

Roda do Preconceito

Itália, Alemanha, Áustria e Suíça. Nações de primeiro mundo. Ricas e prósperas.

Carregam em comum também uma nova (re)invenção, a “roda dos enjeitados”. Trata-se de uma invenção da igreja católica que remonta ao século XVII e que consiste numa pequena porta colocada em hospitais públicos pela qual os pais podem abandonar seus filhos sem serem identificados.

Analisando-se rapidamente podemos identificar uma atitude de caridade para com os bebês rejeitados por suas mães. É fácil acreditar que o senso de fraternidade é a mola propulsora das ações organizadas para evitar o sofrimento de inocentes punidos pela ignorância de pais inescrupulosos.

É uma solução muito melhor do que ver mães abandonando seus filhos em latas de lixo, casinhas de cachorro ou sacos plásticos a boiar em lagoas.

Mas o que não fica claro é que estes países, os primeiros a adotar medidas tão solidárias, estão ficando com suas populações cada vez mais velhas. São nações em que o privilégio de seus aposentados depende de uma juventude produtiva cada vez mais escassa.

Os imigrantes cumprem importante papel como motores desta economia e também como provedores desta geração futura de trabalhadores.

Porque são eles que abandonam seus filhos nestes hospitais?

A resposta fácil é dizer que o fazem por ignorância ou pobreza. Entretanto, a maioria segue uma lógica muito mais sórdida e nefasta.

Porque a sociedade e o estado não se dedicam a promover a assistência financeira e social necessária para que estas crianças sejam criadas por seus pais? Afinal, gasta-se o mesmo, ou até mais, com as crianças abandonadas.

A resposta é que estas nações “desenvolvidas” querem os filhos dos imigrantes, mas não desejam seus pais.

Querem filhos que poderão no futuro ser chamados de “filhos da pátria” apesar de suas peles negras, seus olhos puxados ou seus narizes aduncos.

São filhos que receberão a melhor educação e a assistência que o estado de bem estar social pode proporcionar a uma juventude. Mas que não terão nenhum laço cultural, racial, ou ideológico com seus progenitores biológicos. Enfim, não serão imigrantes. Não sairão às ruas clamando por igualdade entre os povos.

Não reivindicarão para seus pais imigrantes os mesmos privilégios dos cidadãos naturais.

Os pais que abandonam seus filhos sabem disso claramente. E têm plena convicção de que apenas sem estes laços eles poderão usufruir destas benesses.

E assim, todos continuam a alimentar de modo transverso a separação dos povos entre ricos e pobres. Afortunados ou não. Primeiro e demais mundos. Superiores e inferiores.

Apenas os mecanismos são mais sutis.

quinta-feira, 1 de março de 2007

A África é aqui!

Parece que às vezes o universo conspira contra nós para nos fazer refletir ...

Recentemente assisti ao filme Hotel Ruanda para logo em seguida assistir a Diamante de Sangue.

Creio que seja impossível a uma pessoa normal permanecer indiferente à dor e sofrimento retratados nestes filmes.

Hotel Ruanda relata fatos verídicos que transcorrem durante o conflito étnico entre Hutus e Tutsis que assolou Ruanda.

Diamante de Sangue é uma denúncia ao sofrimento que a exploração ilegal de diamantes, e de resto as demais riquezas daquele continente, impõe ao povo.

São muitos os males que historicamente afligem este sofrido continente. Em especial a África sub-saariana. Fome, miséria, discriminação racial, doença e ignorância institucional.

A eles soma-se um sofrimento ainda mais nefasto, porque poderia ser facilmente erradicado pela solidariedade e respeito ao próximo.

É a exploração física e a humilhação moral.

Não vem de hoje. Nem começou com os brancos imperialistas. Mas se alimenta do mesmo tipo de preconceito e ódio racial que historicamente alimenta os conflitos árabes.

Se antes os africanos eram capturados e vendidos como escravos agora se tornaram escravos do medo e da desesperança.

Parecia que a segunda grande guerra sepultaria de vez estes comportamentos deploráveis.

Parecia que a ciência, a tecnologia e o pensamento moderno libertariam de vez a alma humana destas mazelas.

Parecia...

Mas infelizmente, como erva daninha, eles insistem em continuar infestando o jardim de nosso paraíso capitalista.

Nós brasileiros nos consideramos afortunados. Não somos acometidos de tragédias naturais, pragas devastadoras e ainda estamos livres destas ocorrências desumanas que acometem outros povos.

Ledo engano.

Em São Paulo homossexuais são espancadas por grupos de jovens intolerantes com os mesmos requintes e crueldade que caracterizavam a ação de grupos nazistas.

No Rio uma criança é arrastada e morta com a mesma insensibilidade com que se cometeram atrocidades em Ruanda.

Em todas as cidades a ação de gangues afronta diretamente o poder das autoridades constituídas num claro sinal de caos institucional tal como se observa nas revoluções e conflitos africanos.

Para os países, ditos de primeiro mundo, a América Latina é o fim do mundo. O esconderijo perfeito para ladrões, malfeitores e desocupados de todo gênero.

A África então, está para lá do fim. Já não pertence a este mundo.

Olhando ao redor, acompanhando as notícias não dá para evitar se perguntar se a África não é aqui.