segunda-feira, 19 de maio de 2008

Até quando esperar...


O triste acidente ocorrido em Foz do Iguaçu com o Analista-Tributário Celso Martines, o proprietário de uma transportadora e um carregador paraguaio, sucinta uma triste discussão.

Se aplicadas as regras de segurança propostas pelo Inmetro na internação de mercadorias no mercado nacional, produtos com a duvidosa qualidade dos isqueiros explosivos jamais seriam comercializados em território nacional.

Entretanto, aportam em nosso país, circulam livremente em nossas estradas e deixam nossa aduana para novamente retornar pelas vias nebulosas do descaminho e do contrabando. E nesse curso vão pontuando seu rastro de pequenas e grandes tragédias como esta que ganhou as manchetes dos jornais.

Se fossem apenas isqueiros...

Crianças, na maioria desafortunadas e sem acesso a produtos de melhor qualidade, colocam em risco sua saúde e até suas vidas por momentos de alegria infantil manipulando brinquedos confeccionados com materiais contaminados e peças de qualidade duvidosa e segurança abaixo do tolerável.

Este acidente deixa patente que é necessário que nosso governo tome atitudes que impeçam que nosso território, nossos servidores públicos e nossos cidadãos sejam expostos aos riscos representados por produtos que visam tão somente saciar a sanha ensandecida por lucros de pessoas imorais que fabricam e comercializam estes produtos.

Muitos destes, se não podem ser enquadrados como produtos piratas, certamente poderiam ser reprovados por desrespeito a condições mínimas de segurança.

A adoção de políticas restritivas à baixa qualidade e segurança para a internação, mesmo que para translado, contribuiria sobremaneira para a redução dos riscos à segurança de nossa população e o aumento da qualidade dos produtos que cedo ou tarde abastecerão as barraquinhas que infestam as ruas de nossas cidades e abastecem nossa população mais desassistida.

Esta tragédia, como tantas, vem sendo anunciada por pequenos incidentes que, analisados sob a perspectiva histórica nos permite imaginar que ela poderia ser evitada.

Até quando esperar que problemas conhecidos sejam tratados antes que se convertam em tragédias?

Até quando esperar que transtornos sejam removidos antes que provoquem traumas?

Até quando esperar?

Suprema presunção imaginar que podemos evitar todos os acidentes, que podemos superar sem traumas todos os incidentes, mas forçoso nos é questionar: - O que está sendo feito para evitá-los.

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