terça-feira, 7 de fevereiro de 2006

Fica um vazio...

O jornalista Tales Alvarenga (1944-2006)deixa um vazio na Revista Veja. Não é pouca coisa. Apenas dois anos depois de começar a escrever sua coluna naquela revista já nos havíamos acostumado com suas observações argutas e ponderadas.
Ancorada entre as páginas de política, economia e matérias internacionais, sua coluna abordava com seriedade e propriedade temas variados como política e religião sempre com ética e responsabilidade.
Ao deixar o palco da vida fica um vazio sob a luz dos holofotes.
Na tentativa de preencher este vazio a editoria da revista rapidamente colocou a coluna de Diogo Mainardi no lugar antes ocupado por Tales.
Melhor seria deixar a página em branco, vazia. Como o vazio que fica no coração dos leitores desamparados.
Ninguém é insubstituível, mas ficamos igualmente cegos quando repentinamente saímos da luz para as trevas, ou o contrário.
Colocar Mainardi naquele espaço tira dele o que ele têm de melhor e não acrescenta nada a ninguém.
Mainardi é um bufão, um escritor que faz da ironia o seu ganha-pão.
Tales era quase filosófico quando tratava de assuntos polêmicos como aborto e eutanásia e saia enaltecido como defensor da vida e da dignidade, de todos.
Em sua "estréia" no novo espaço Mainardi deixou de ser o astuto e contumaz colunista que provoca idênticas manifestações de amor e ódio para ser apenas um burocrata das letras.
Por favor, devolvam a coluna de Diogo Mairnardi para a seção cultural da revista. Lá ele poderá continuar a usar sua ironia para despertar corações e mentes.
Já perdemos Tales não permitam que percamos o Mainardi também...

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